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Trovadorismo

Published on Nov 18, 2015

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PRESENTATION OUTLINE

Trovadorismo

Alunos: Pedro, Thalles, Lucas Mendes

Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

Marco inicial

O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.

Trovadores

Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).

Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.

Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.

Cantiga De Maldizer Atual
Composição: Kika Simone/ Diego Maraschin

Eu só respeito (+2x)... à mim.
Não quero ver ninguém chorar mais por aí.
Não quero ver mais ninguém triste sem dormir.
Só vou escrever o que quero escrever.
(Refrão)
Escutasse o que eu disse ou não?
Suas mentiras não querem sair.
E você pode achar a razão,
Ou que tem ela pra mim.

Eu não dirijo minhas palavras pra ninguém,
A não ser que não seja pra você.
Não tenho idade mais pra me enganar,
Eu sei que o trouxa aqui não sou mais eu.

Cantiga De Maldizer Antiga

Garcia López de Alfaro,
Sabei o que me aborrece:
o que dais sai mui caro
mas barato nos parece.
O que dais sai muito caro a quem o tiver de obter
mas é barato o que dais se alguém o quiser vender.

Caros nos saem os panos
que pedir-vos ninguém ousa
mas por que os trazeis dois anos,
barata parece a coisa.
O que dais sai muito caro a quem o tiver de obter
mas é barato o que dais se alguém o quiser vender.

Com espanto se me depara
numa só coisa o exemplo
dela sair muito cara
e barata ao mesmo tempo.
O que dais sai muito caro a quem o tiver de obter mas é barato o que dais se alguém o quiser vender.

(Pero da Ponte. In: Cantares dos trovadores galego-portugueses. Organização e adaptação da linguagem por Natália Correia. 3. ed. Lisboa: Estampa, 1998. p. 86-7.)